Relatores especiais da ONU pedem que governo garanta que defensores dos direitos humanos que trabalham em desaparecimentos forçados possam operar de forma livre e segura; ataques e assassinatos estão ligados a redes criminosas que atuam com extorsão, tráfico humano, rapto e corrupção.
Especialistas em direitos humanos da ONU* alertam para a violência contra mulheres que procuram entes queridos desaparecidos à força no México.
Elas enfrentam intimidação, ataques e mortes violentas.
Ataques contra mulheres sob proteção federal
Em maio deste ano, a defensora dos direitos humanos Teresa Magueyal foi brutalmente baleada enquanto andava de bicicleta em Celaya, Guanajuato.
Dois meses antes, a ativista Araceli Rodríguez Nava, que se dedicava a uma busca pelo seu filho desaparecido, foi atacada em Chilpancingo, Guerrero.
Ambas as mulheres eram beneficiárias do mecanismo federal de proteção dos defensores dos direitos humanos e jornalistas. Os dois casos continuam sob investigação, mas as vítimas e familiares quase não receberam atualizações.
Os relatores especiais da ONU pedem que o governo do México garanta que os defensores dos direitos humanos que trabalham em desaparecimentos forçados possam operar de forma livre e segura.
Os especialistas afirmam que os episódios violentos “estão ligados à presença de grupos do crime organizado, à extorsão, ao tráfico de seres humanos, às redes de rapto, à corrupção e ao conluio com as autoridades.”
Danos irreparáveis
Eles disseram que é “extremamente preocupante” que a impunidade dos crimes continue, apesar das queixas apresentadas. “As medidas de prevenção e proteção para as vítimas e alvos dos ataques ou não são fornecidas ou não são eficazes”, afirmaram.
Pelo Dia Internacional das Vítimas de Desaparecimentos Forçados, neste 29 de agosto, os relatores reforçaram o pedido ao Governo do México para que adote todas as medidas necessárias de proteção.
O objetivo é “evitar danos irreparáveis à vida e à integridade pessoal daqueles que procuram pessoas desaparecidas à força, dos seus familiares, dos movimentos da sociedade civil, organizações e funcionários públicos.”
*Os relatores de direitos humanos são independentes das Nações Unidas e não recebem salário pelo seu trabalho.
Fonte: ONU