Rio registra 1.798 novos casos de HIV em 2025





Zona Oeste é a região mais afetada pelo vírus

Rio - A Secretaria Municipal de Saúde divulgou, nesta quinta-feira (25), que até esse mês de setembro foram registrados 1.798 novos casos de HIV na cidade do Rio em 2025. 

Segundo os dados da pasta, os bairros mais afetados estão concentrados na Zona Oeste, com destaque para Campo Grande, que registrou 91 casos. Bangu e Santa Cruz têm 73 casos cada, Guaratiba aparece com 63 e Realengo com 54. A Lapa, na Região Central, também contabilizou 73 casos de HIV até o momento.

A médica infectologista Socorro Corrêa, que atua há mais de 30 anos no enfrentamento do HIV, explicou por que, mesmo com os avanços no tratamento e na prevenção, novos casos ainda continuam surgindo

"A gente já vem lutando há várias décadas e apesar de todos os avanços com os tratamentos, a gente está sempre verificando novos casos de HIV e as vezes em situação mais avançada. Isso se deve pelo fato das pessoas não se testarem como deveriam. Apesar de ter testes disponíveis na rede pública, é um hábito que deveria estar mais presente na população".

A especialista disse que a pessoa que contrai o vírus, pode não apresentar sintomas de início, atrasando o início do tratamento.

"Logo que você contrai o vírus tem uma janela imunológica que varia de 30 dias até nove meses. Ou seja, os sintomas não são imediatos. Algumas pessoas têm um sintoma como se fosse uma virose, mas outras passam despercebido. As manifestações aparecem quando o vírus está avançado e a imunidade está baixa, que é quando acontece a conversão para a soropositividade. De início, é uma doença bastante silenciosa".
Doença tem mais casos entre homens

No levantamento da secretaria, a média da faixa etária mais atingida gira em torno dos 32 anos e o sexo masculino é o mais acometido pelo vírus, com 72,53%. Pessoas pardas também são as que mais são diagnosticadas com HIV, registrando cerca de 45,33 % casos, de acordo com a pesquisa.

Segundo a médica que atua na rede privada, a faixa etária dos seus pacientes é muito variável. "Tenho encontrado pacientes jovens de 20 a 30 anos como pessoas mais maduras, até 60 anos. Há uma predominância do público masculino, mas o sexo feminino vem crescendo também", relata.


Socorro conta que ainda hoje há muito medo e preconceito por parte da população em se testar. "É uma resistência que precisa ser vencida. Por exemplo, quem faz o tratamento adequado, fica com carga viral indetectável e já não transmite mais por via sexual", disse.

Serviços à população

A SMS informou que vem oferecendo assistência médica para a população com diagnóstico, tratamento e prevenção de novas infecções.

A PrEP (profilaxia de pré-exposição), por exemplo, é uma das estratégias de prevenção combinada contra o vírus, sendo disponibilizada para o público em geral em todas as 239 unidades de clínicas da família e centros municipais de saúde.

Para o paciente ter acesso ao medicamento é necessário passar por avaliação de um profissional na unidade para verificar o risco de infecção e os critérios de indicação da PrEP.

A médica Socorro Corrêa explicou que essa medicação deve ser tomada diariamente. "Também é sempre bom salientar que a PrEP é contra o HIV, ou seja, não previne contra as outras infecções sexuais, diferente do preservativo que oferece uma proteção mais ampla", complementa.

Segundo o órgão, a rede municipal do Rio também oferece a profilaxia pós-exposição (PEP), que consiste no uso de antirretrovirais por 28 dias para reduzir o risco de infecção após uma exposição ao vírus, seja por relações sexuais desprotegidas, violência sexual ou acidentes com material biológico. A pessoa deve se medicar com a PEP no máximo até 72 horas após o contato com HIV.

Ainda de acordo com a SMS, as unidades também disponibilizam testes rápidos, preservativos internos ou externos e gel lubrificante, entre outras ofertas que ajudam na prevenção do vírus.



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