Secretário-geral da ONU falou a jornalistas que participará de quatro encontros de cúpula na África, na Ásia e na América Latina, em busca de obter compromissos de líderes internacionais; António Guterres também criticou golpes militares em várias partes do globo, especialmente os mais recentes na África.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, realizará uma série de viagens internacionais antes do debate anual da Assembleia Geral que reúne chefes de Estado e governo, em Nova Iorque. Guterres fez o anúncio numa conversa com jornalistas, nesta quinta-feira, na sede das Nações Unidas.
O líder da ONU contou que viajará à Cimeira do Clima Africano, no Quênia, para o Encontro de Cúpula da Asean-ONU, na Indonésia, à reunião do G20, na Índia, e à Cimeira do G77 e da China, em Cuba.
Para Guterres, “essa multiplicidade de reuniões de cúpula reflete a crescente multipolaridade do mundo.”
Consequências trágicas
Segundo o secretário-geral elas também provam a vitalidade da comunidade internacional porque sem instituições multilaterais fortes, “a multipolaridade pode ser um fator de escalada de tensões geoestratégicas, com consequências trágicas.”
Guterres afirma que é preciso reforçar e reformar a arquitetura multilateral para evitar uma fragmentação.
Ao se reunir com jornalistas e correspondentes estrangeiros na ONU,Guterres enviou um recado sobre a série de golpes de Estado que têm ocorrido nos últimos meses pelo mundo, especialmente na África
O secretário-geral destaca que “muitos países enfrentam desafios de governança profundamente enraizados. Mas os governos militares não são a solução.
Para Guterres, eles só agravam os problemas, não conseguem resolver nenhuma crise e podem piorar as coisas. A declaração foi feita após os golpes de Estado no Níger e no Gabão.
Diplomacia e diálogo ajudam
Ele voltou a pedir o retorno das instituições democráticas e o Estado de direito.
Sobre a realização do encontro de chefes de Estado e governo, marcado para 19 de setembro, na Assembleia Geral, António Guterres disse esperar o envolvimento dos líderes internacionais.
Para ele, o diálogo e a diplomacia continuam a ser a única forma de encontrar abordagens conjuntas e soluções comuns para ameaças e desafios globais.
Ele reiterou a importância do desenvolvimento para lidar com os problemas do mundo.
Fonte: ONU