GANDHI, UM LÍDER PACIFISTA IMORTALIZADO NO JARDIM DA PAZ (TAVISTOCK SQUARE)

 


O “Jardim da Paz” de Londres, Tavistock Square & Gardens, ficou mais florido nos dias 21 de setembro e 02 de outubro. Na primeira data, porque é o Dia Mundial da Paz, e na segunda, por celebrar a data de nascimento daquele que foi um dos maiores líderes pacifistas de todos os tempos: Mahatma Gandhi. Aquele que lutou contra os britânicos para a litertação de seu país e que hoje, além do respeito conquistado em todo o mundo, tem um memorial no centro do jardim onde acontecem os maiores manifestos de paz no mundo e onde há vários memoriais de paz, situado em Bloomsbury, Londres. 


Mahatma Gandhi (1869-1948) foi um líder pacifista indiano. Principal personalidade da independência da Índia, então colônia britânica, ganhou destaque na luta contra os ingleses por meio de seu projeto de não violência. Ele é um exemplo a ser seguido, especialmente ao dizer: "Felicidade é quando o que você pensa, o que você diz e o que você faz, estão em harmonia.” 


De fato, quando um/a líder vive o que prega, a chance de ser respeitado/a é muito maior. Eis uma grande alma. Ao ser visto como um líder popular, política e espiritual, passou a ser tratado como Mahatma, uma alcunha que significa grande alma, criada por Rabindranath Tagore, poeta, romancista, dramaturgo, que fez várias reformas culturais na Índia daquela época. Por acaso, a estátua em homenagem ao poeta Tagore foi erguida pelo Rei Charles II (na época, príncipe) no jardim “gêmeo” de Tavistock, a Gordon Square, em 2011. As duas praças ficam lado a lado e são um dos pontos turísticos mais visitados por intelectuais em Londres. Aliás, vale muito destacar a forma que os britânicos usam a Arte como reparação histórica



Além de sua luta pela independência da Índia, Gandhi também ficou conhecido por seus pensamentos e sua filosofia. Recorria a jejuns, marchas e à desobediência civil, ou seja, estimulava o não pagamento dos impostos e o boicote aos produtos ingleses.

As rivalidades entre hindus e muçulmanos retardaram o processo de independência. Com o início da Segunda Guerra Mundial, Gandhi voltou a lutar pela retirada imediata dos britânicos do seu país. Só em 1947 os ingleses reconheceram a independência da Índia.

Dentre suas várias ações, em1922, uma greve contra o aumento de impostos reúne uma multidão que queima um posto policial e Gandhi é detido, julgado e condenado a seis anos de prisão.

Libertado em 1924, Gandhi abandonou por alguns anos a atividade política ostensiva. Em 1930, organizou e liderou a célebre marcha para o mar, quando milhares de pessoas andaram mais de 320 quilômetros, de Ahmedhabad a Dandi, para protestar contra os impostos sobre o sal.

Em 1932, sua greve de fome chama a atenção do mundo inteiro.


Com o início da Segunda Guerra Mundial, Gandhi volta à luta pela retirada imediata dos britânicos do seu país. Em 1942, foi preso novamente. Por fim, em 1947 os ingleses reconheceram a independência da Índia, contudo mantendo seus interesses econômicos.

Logo após a independência, Gandhi procurou evitar a luta entre hindus e muçulmanos, mas seus esforços de nada adiantaram. Em Calcutá, as lutas deixaram um saldo de 6 mil mortos.

Por fim, o governo decidiu aprovar a divisão da Índia, por critérios religiosos, em duas nações independentes – a Índia, de maioria hindu, governada pelo primeiro ministro Nehru, e o Paquistão, com maioria muçulmana.

Essa divisão gerou violenta migração de hindus e muçulmanos em direção opostas da fronteira, que resultou em sérios conflitos. Gandhi foi obrigado a aceitar a divisão do país, o que atraiu o ódio dos nacionalistas.

Um ano após conquistar a independência, Gandhi foi assassinado a tiros por um hindu quando se encontrava em Nova Délhi, capital indiana, no dia 30 de janeiro de 1948. Segundo a tradição, seu corpo foi incinerado e suas cinzas foram jogadas no Rio Ganges, local sagrado para os hindus.

A atividade política de Gandhi esteve sempre ligada ao seu pensamento filosófico da não violência, o único caminho para a conquista da igualdade.

Opor violência a violência só aumenta o mal. Não por acaso, é considerado uma importante referência histórica para os movimentos pacifistas ocorridos no mundo. Como ele mesmo disse:

"O fraco nunca pode perdoar. Perdão é um atributo dos fortes."





Sueli Lopes é Drª h. c. em Literatura; Acadêmica Internacional, cadeira nº 276, Patrona Marguerite Duras, da FEBACLA (Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes); Possui o título honorífico de Embaixadora da Paz pela The Peace Maker, em cooperação com o Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz.  É autora, escritora, cronista, colunista internacional e Curadora Literária. É membra da AILB (Academia Internacional de Literatura Brasileira, sede em Nova Iorque) e CEO do Grupo Internacional de Escritores Vozes da Diáspora (Londres). É pós-graduada em Literatura pela Universidade de Salamanca, Espanha. Foi professora  de Língua portuguesa e Linguística na Universidade Federal de Goiás e na PUC-Go. 

Por Sueli Lopes Colunistas Tv Manchetes

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