O secretário- executivo do Ministério da Justiça veio ao Rio para participar do Encontro Nacional de Repressão às Drogas, Armas, Crimes contra o Patrimônio e Facções Criminosas (Siren)
Rio - Nesta terça-feira (24), o secretário executivo do Ministério da Justiça Ricardo Cappeli, que esteve presente em uma mesa na 17ª edição do Encontro Nacional de Repressão às Drogas, Armas, Crimes contra o Patrimônio e Facções Criminosas (Siren), e classificou como "gravíssimo" os recentes ataques a ônibus ocorridos no Rio nesta segunda-feira (23).
Porém, o secretário também afirmou ser cedo para pensar em mudanças relacionadas à presença da Força Nacional no estado do Rio, que tem apenas uma semana. Na mesa de Cappeli, também estava o superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, Leandro Almada da Costa.
"A gente está completando uma semana do início do reforço no Rio de Janeiro. Então é cedo para rever um planejamento que ainda está em curso. Vamos fazer a primeira reunião de monitoramento”, declarou ele.
No entanto, o secretário não descartou uma futura mudança no uso de forças federais, caso o problema venha a piorar.
"Esta semana acabam de chegar os homens da Polícia Federal com tecnologia e equipamentos. Claro que o que aconteceu ontem é gravíssimo e a gente leva em conta no planejamento que a gente está construindo, executando e que vai avaliar à tarde”, explicou.
Cappeli ainda afirmou, durante entrevista, que não há nenhum tipo de previsão de intervenção na segurança pública e declarou que o policiamento é de responsabilidade do estado.
"Isso não está na pauta. No momento, apostamos no Susp, no Sistema Único de Segurança Pública. Nós apostamos no fortalecimento das relações interfederativas. O estado tem o seu papel. O policiamento ostensivo é responsabilidade do estado".
Durante à tarde, o secretário deve se encontrar com o governador do Rio, Cláudio Castro, para uma reunião.
Castro se pronuncia
O governador Cláudio Castro pediu rigidez em relação à legislação para o crime de terrorismo, nesta terça (24), após os momentos de terror que culminaram em 35 ônibus e um trem incendiados em retaliação pela morte de Matheus da Silva Rezende, vulgo 'Faustão', sobrinho do miliciano Luís Antônio da Silva Braga, o 'Zinho',
"Outra frente importante que eu começo a capitanear a partir de amanhã é o pedido para que a gente endureça a legislação federal. Crime de terrorismo não pode ter progressão de pena, a pena tem que ser 30 anos, em regime fechado, sem progressão. Utilização de arma de guerra, a mesma coisa. Operar serviço público para tráfico e milícia também tem que ser 30 anos sem progressão", afirmou. Atualmente, a lei prevê de 12 a 30 anos de reclusão,com a possibilidade de regime semiaberto.
Na quarta-feira (25), o governador do RJ vai à Brasília encontrar o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco(PSD-MG) para discutir a possibilidade de penas maisseveras paraeste crime. "Ougente endurece a legislação como outros locais no mundo fizeram ou a gente vai ter essa mistura de México com Colômbia, que 'tá' virando o Brasil na área da segurança pública", disse Castro em coletiva no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC)doestado.
Fonte: O Dia online