O suicídio não acontece de uma hora para outra. Ele é, na verdade, o final trágico de um processo muitas vezes longo, que varia muito de pessoa para pessoa, e que pode envolver depressão crônica, problemas de autoconfiança e autoimagem, traumas emocionais profundos, sensação de desamparo, abandono e solidão, abuso de álcool e entorpecentes, entre outros.
Não menospreze os pequenos sinais que as pessoas demonstram quando não estão bem. Não ignore os pedidos de ajuda - mesmo que eles não sejam feitos explicitamente. Fique atento ao que é dito nas entrelinhas, às mudanças repentinas de comportamento, à introspecção exagerada, bilhetes, desenhos, comportamentos autodestrutivos.
Evite julgar a pessoa com ideações suicidas. Isto aumentará nela a sensação de inadequação ao mundo. Entenda que pensar em suicídio não é "drama" para chamar a atenção. Não é "mi-mi-mi", frescura ou manipulação. Não é rebeldia, não é falta de Deus, nem falta de coragem.
Escutar com respeito e oferecer acolhimento são a melhor forma de se aproximar de quem tem ideação suicida. Converse sem pressa, escute abertamente, seja empático. Pergunte como pode ajudar e mostre sua real preocupação. Ofereça espaço para que ela compartilhe suas emoções. Quando a pessoa com ideação suicida sente confiança para desabafar com você, acolha-a. Encare esta conversa como um pedido de ajuda.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% dos suicídios são evitáveis. Essa conversa pode ser uma chance real de evitar a tentativa de suicídio.
Busque ajuda profissional e lidere este momento, encaminhado-a para um psicólogo e/ou médico psiquiatra. Estes profissionais poderão ajudar a pessoa a trabalhar suas dores, suas memórias, padrões mentais e expectativas para o futuro.
Este processo poderá levá-la a descobrir novos caminhos para sair da dor, sem atentar contra a própria vida. E poderá, sim, fazê-la mudar de rumo, para viver de forma mais plena e feliz, como todos nós queremos e merecemos.
Por Dra Elisângela Campos Colunista da Tv Manchetes
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