RENOVA-SE A ESPERANÇA!


“Mas renova-se a esperança 

 Nova aurora, cada dia 

 E há que se cuidar do broto  

Pra que a vida nos dê Flor flor o o e fruto” 

                                      (Milton Nascimento) 

 E chegamos ao final de 2023, um ano de extremos: de ganhos e perdas, de celebrações e lágrimas, de conquistas e muitas atividades culturais. O resumo de tudo isso, sem exageros, me leva a concluir que somos, de fato, vencedores e resilientes! 

 Começamos o ano com uma guerra, que ainda não se apaziguou; ao contrário, presenciamos o início de mais uma. E um ano depois da morte da rainha Elisabeth II, percebemos que a vida continua com o novo rei; Enfim, somos parte da História, ao vivo e a cores, e ela registra, perpetua, ignora, “seleciona”. 

 Celebramos, com mais repeito e gentileza, o mês da Consciência Negra, e relembramos como a nossa História também é contada por meio das artes, da literatura. Como não honrar e respeitar um mulato, de bairro simples do Rio de Janeiro, que se tornou referência mundial por meio de suas obras literárias, só para citar um exemplo? Aquele que fundou a Academia Brasileira de Letras, juntamente com outros intelectuais, tornando-se seu presidente, cargo que assumiu até a morte. Claro que estou falando de nosso imortal Machado de Assis!  

 Bendito seja Castro Alves, inesquecível poeta brasileiro, representante da Terceira Geração Romântica no Brasil. O Poeta dos Escravos que expressou em suas poesias a indignação aos graves problemas sociais de seu tempo. É patrono da cadeira n.º 7 da Academia Brasileira de Letras. Porque, repito, a literatura tem comprometimento com o contexto histórico, ela também narra fatos históricos! No caso de Castro Alves, ela se torna uma “literatura engajada.”  Ele Denunciou a crueldade da escravidão e clamou pela liberdade, dando ao Romantismo um sentido social e revolucionário que o aproximava do Realismo. Sua poesia era como um grito explosivo a favor dos negros, sendo por isso denominado “O Poeta dos Escravos”. Sua poesia é classificada como “Poesia Social”, que aborda o tema do inconformismo e da abolição da escravatura

 E também celebramos os 81 anos de nosso querido Milton Nascimento, um exemplo de resistência, de voz (que canta, que grita, que exprime, que chora) por um país mais justo, por um mundo mais inclusivo. Assim, “nos bailes da vida”, prosseguimos, sem perder a força, nem tampouco nossa dignidade.

 Ao trazer à memória fatos históricos do passado e outros mais recentes, quero frisar que algumas pessoas foram e têm sido determinantes para as conquistas que a nós chegaram.  

 Isso me faz acreditar mais ainda no poder da arte e da literatura. Me faz crer também que Milton conseguiu acentuar dentro de cada um de nós que, de fato, devemos chegar ao final de mais um ano crendo que “renova-se a esperança, nova aurora a cada dia...!” 

Os brotos que regamos agora são as sementes plantadas em nosso passado, e serão as árvores do futuro, nas quais o tronco é de inclusão e igualdade de direitos, os galhos são de respeito mútuo, de gentileza, de acolhimento! Nosso momento de fazer história é agora! Que seja de honra, não de vergonha. Deixemos a mediocridade! Que prossigamos, na nova aurora de cada dia, plantando o bem, preocupados em cuidar dos brotos, para que a vida nos dê flores e frutos, principalmente às futuras gerações! 

Instagram; @escritorasuelilopes

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