FMI eleva PIB do Brasil para +3,1% em 2023

 


O cenário desenhado pelo FMI coloca o Brasil em ritmo superior ao do crescimento esperado para a economia global neste ano, mas abaixo do previsto para países emergentes e em desenvolvimento

O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para cima as expectativas de desempenho econômico do Brasil para o corrente ano, prevendo um crescimento de 3,1%, em comparação com a previsão anterior de 2,1%. Caso essa previsão se concretize, o primeiro ano da presidência de Luiz Inácio Lula da Silva será mais positivo do que o último ano do governo de Jair Bolsonaro, quando o país cresceu 2,9% em 2022.

Essa revisão em alta para 2023, feita pelo FMI desde julho, é atribuída a um desempenho econômico mais robusto do Brasil, impulsionado pelo dinamismo no setor agrícola e pela resiliência dos serviços no primeiro semestre de 2023. Além disso, o consumo permaneceu forte, apoiado por medidas de estímulo fiscal.

O FMI também melhorou sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2024, prevendo um crescimento de 1,5%, em comparação com a previsão anterior de 1,2%. Essas novas projeções foram divulgadas no relatório Perspectiva Econômica Mundial (WEO) publicado durante as reuniões anuais do Fundo em Marrakesh, no Marrocos.

Embora o Brasil esteja em um caminho de crescimento superior à média da economia global em 2023, ainda se espera que fique abaixo das projeções para países emergentes e em desenvolvimento, que apontam para um crescimento de 4%. Economias como a China, Índia e México são esperadas para superar o Brasil em termos de crescimento econômico. A perspectiva de longo prazo também indica que o crescimento econômico do Brasil permanecerá modesto, com um aumento estimado de 2,0% no PIB local em 2028.

Quanto à inflação, o FMI espera uma melhoria em 2023, com uma taxa de 4,7%, em comparação com os 9,3% registrados no ano anterior. Essa tendência de redução da inflação deve continuar em 2024, com uma previsão de 4,5%.

O FMI elogia a recente decisão do Brasil de adotar uma meta contínua de inflação de 3% a partir de 2025, destacando-a como um exemplo de melhoria na eficácia operacional e estratégia de comunicação que contribuirá para a redução da incerteza e o aumento da eficácia da política monetária.

Segundo o Fundo, a política monetária adotada pelo Brasil está alinhada com o objetivo de conter a inflação, e o Banco Central brasileiro foi um dos pioneiros na redução das taxas de juros, juntamente com o Chile e o Uruguai. Essa ação foi possível devido ao início precoce do combate à inflação pelo órgão.

Quanto ao desemprego, o FMI prevê que a taxa no Brasil seja de 8,3% em 2023, em comparação com 9,3% em 2022, e espera uma melhoria adicional em 2024, com uma taxa de 8,2%.


Fonte: Estadão Conteúdo

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