JANE AUSTEN: UMA IMERSÃO HISTÓRICA, LITERÁRIA E CULTURAL


O que um artigo sobre Literatura faz num site destinado ao mundo dos negócios? Muito mais

do que você possa imaginar! Para começar, o “storytelling” ou a arte de contar histórias hoje

é um diferencial na vida de qualquer profissional. Histórias conectam, geram emoções,

humanizam toda e qualquer negociação.


O problema é que a maioria das pessoas quer usar o “storytelling” de qualquer jeito, contando

histórias sem estrutura, mecânicas, subestimando a audiência (no caso de redes sociais) e

os/as clientes. Entenda: histórias convincentes não se constrói assim! Elas têm uma estrutura

que as deixam verossímeis, interessantes, emocionantes, além de considerar espaço, tempo,

tipo de narrador, a jornada do herói (ou não!). As boas histórias vão agir no inconsciente (de

seus ouvintes numa palestra; de seus clientes nas negociações; de sua audiência nas redes

sociais; de seus leitores nos ebooks, livros etc).


O melhor de tudo é que toda história bem contada, bem estruturada é interessante. A

diferença está exatamente em COMO , e não no QUE é contado. Portanto, se você considera

ainda uma perda de tempo ler ficções, saber um pouco sobre Literatura, talvez seja um bom

momento para rever seus conceitos. Que tal uma imersão histórica, literária e cultural sobre

uma das maiores escritoras de todos os tempos?


Data do Nascimento16/12/1775

data da Morte18/07/1817 (aos 41 anos) 


Biografia de Jane Austen

Jane Austen (1775-1817) foi uma escritora inglesa, considerada uma das maiores romancistas da literatura inglesas do século XIX, autora de clássicos como "Orgulho e Preconceito" e "Razão e Sensibilidade".

Jane Austen nasceu em Steventon, Hampshire, na zona rural da Inglaterra, no dia 16 de dezembro de 1775. Filha de George Austen, um reverendo anglicano, e de Cassandra Austen, era a segunda menina entre sete irmãos.

Cresceu em meio a um pequeno grupo social formado por uma classe abastada e religiosa. Com oito anos de idade, foi mandada para um colégio interno em companhia de sua irmã Cassandra, que se tornou sua melhor amiga por toda a vida.

Ainda na adolescência, já mostrava seu talento para as letras. A biblioteca da família era seu lugar preferido quando regressava do colégio interno.

Com 17 anos escreveu sua primeira obra “Lady Susan”, uma novela onde expõe as relações pessoais dos que viviam naquele tempo.

Em 1797, Jane Austen já havia escrito mais dois romances, “Orgulho e Preconceito” e “Razão e Sensibilidade”. Os textos foram oferecidos por seu pai a um editor, mas foram rejeitados.Em 1801 a família mudou-se para Bath ponto de encontro da aristocracia britânica. 



Em 1805, após a morte do pai, Jane, sua irmã e sua mãe se mudaram para a vila inglesa de Chawton, onde um de seus irmãos lhes cedeu uma propriedade.

Suas obras anteriormente recusadas pela editora, só foram publicadas em 1811 e 1813 respectivamente, sob o pseudônimo de “Uma Senhora”.

Orgulho e Preconceito

O livro “Orgulho e Preconceito”, sua obra mais conhecida, se tornou um clássico da literatura inglesa.


 


SERÁ QUE LUGARES GERAM PALAVRAS?

Sem dúvida! Aliás, é na busca pelo mundo e pelas pessoas que mais naturalmente encontramos nossa essência e descobrimos que ela não é exatamente uma substância, algo de fixo, mas sim uma plasticidade, uma imensa capacidade – exigida de quem escreve – de adaptar-se, de comungar com formas, ideias e valores que não eram os nossos, mas que nos enriquecem e nos conduzem a modalidades do ser que haviam nos escapado
.
Topofilia – a capacidade de tratar lugares como territórios afetivos. O lugar acolhedor que se torna palavra, que se torna autoconhecimento e alteridade.




O viajar, o observar atento da carga simbólica que os lugares trazem consigo, são os recursos poderosos para  a escrita. Com sensibilidade, percebemos a grande semelhança entre os gestos de viajar e de escrever. Em ambos os casos é preciso deixar algo para trás, é preciso arriscar, é preciso esgrimir contra o tédio para encontrar o que está além do óbvio. 
É preciso, principalmente, sensibilidade e escuta, tanto das pessoas quanto dos lugares. Porque apenas quem cultiva uma escuta apurada pode chegar a construir para si uma voz.E 

uma coisa é certa, se há entre escrever e viajar tantas afinidades, se há entre lugar e palavra uma relação produtiva, é porque escrever não é algo da ordem do texto apenas, envolvendo antes, todo nosso corpo e nossa alma. 

É para uma jornada tal que este artigo te convida. Lembre-se sempre: escrita humanizada tem cor, cheiro, barulho, detalhes, movimento.

Jane Austen, na verdade, nunca fez grandes viagens. Seus horizontes estavam contidos pelas ondulações suaves e verdes do Sul da Inglaterra, especialmente Alton e Chawton. Contemplar seu mundo, cara a cara, é perceber o sentido mais profundo da recomendação de Tolstói ("Se queres ser universal, começa por cantar a tua aldeia").

História do Museu Jane Austen


A casa de Jane Austen em Chawton, Hampshire, foi a sua última casa. E foi dentro destas paredes que Jane escreveu e revisou seus seis amados romances. É o site Austen mais precioso do mundo. A história começa há cerca de 500 anos, quando uma casa de madeira com telhado de palha foi construída ali para como casa de fazenda e depois como estalagem.

Em 1769, a casa foi comprada pela família Knight, parentes distantes dos Austen, e passou a fazer parte de sua propriedade de Chawton, ocupada pelo oficial de justiça. Quando o Sr. e a Sra. Knight souberam que não poderiam ter filhos, adotaram formalmente o irmão de Jane, Edward, como herdeiro.




Em 1809, Edward ofereceu à sua mãe e irmãs esta pequena casa, de suas propriedades, em Chawton. Elas se mudaram para o local em julho de 1809, junto com sua amiga Martha Lloyd. Juntas, elas formaram uma família feminina estável e confortável.
Jane morou nesta casa nos últimos oito anos de sua vida, mas em maio de 1817, após um período de problemas de saúde, ela deixou Chawton para procurar tratamento médico em Winchester. Ela 





morreu dois meses depois, em 18 de julho de 1817, e foi enterrada na Catedral de Winchester. A Sra. Austen e Cassandra continuaram morando na Casa pelo resto de suas vidas. Após a morte de Cassandra em 1845, a casa voltou para Chawton Estate; foi dividido em três habitações: para trabalhadores da imobiliária, como escritório da imobiliária e como clube de trabalhadores.

Em 1940, Dorothy Darnell, uma moradora local, fundou a Sociedade Jane Austen com o objetivo de salvar a Casa. A Sociedade atraiu a atenção de um benfeitor, o Sr. T.E. Carpenter, que adquiriu pessoalmente a casa pela soma de £ 3.000 e a doou à nação como um memorial permanente para seu filho, Philip Carpenter, que havia sido morto em ação na Itália em 1944, com apenas 22 anos. Carpenter criou o Jane Austen Memorial Trust para administrar a Casa como um Museu, e foi formalmente inaugurado pelo Duque de Wellington em 23 de julho de 1949.

Até a inauguração, a casa ainda estava ocupada por inquilinos e apenas a sala da frente era acessível ao público. Mais tarde, com a saída dos inquilinos, mais quartos foram abertos aos visitantes. A Jane Austen Society foi fundamental no financiamento de reparos e na construção da coleção do Museu. Nos últimos 70 anos, muitas partes da casa foram restauradas e o interior foi reestilizado para trazê-lo de volta ao tempo em que os Austen viveram no local. Hoje, continuam os reparos e manutenções no intuito de ajudar a preservar a Casa para as gerações vindouras.

Hoje, a Casa de Jane Austen é uma propriedade listada como Grau I, um museu credenciado e um dos locais literários mais importantes do mundo. Possui uma importante coleção de objetos associados à escritora, incluindo suas joias, primeiras edições de seus livros, móveis, tecidos e a mesa em que ela escreveu seus romances muito amados.

Como é a Vila de Chawton














Chawton é muito fofa e rende um passeio gostoso. Se você for no verão, considere a ideia de fazer um piquenique por lá, pois a vila esta imersa em uma área verde que parece ter saído das páginas de um romance inglês — na verdade, a vila está dentro dos limites do Parque Nacional de South Downs. Cerca de 2.500 felizardos moram em Chawton e nos arredores. As casas ao longo da Winchester Road (praticamente a única rua da vila) são encantadoras.

Se você assistiu Downton Abbey, vai entender mais fácil: Chawton era uma propriedade rural nos mesmos moldes da retratada na série de TV, estabelecida no Século 13. A Chawton House, a casa-grande (manor house), é do Século 16, época em que já era propriedade da família Knight. No finalzinho do Século 18, o senhor das terras, parente dos Austen que não tinha herdeiros, adotou o irmão de Jane, Edward, que se tornaria o senhor de Chawton, anos mais tarde.
O objetivo deste artigo foi mostrar o quanto são fascinantes as imersões literárias. O quanto elas podem nos dar ideias, aguçar nossa criatividade. Quer aprender a contar histórias? Envolva-se com elas, de todas as formas!

Sueli Lopes é autora, escritora, colunista internacional, CEO do Grupo Internacional de Escritores Vozes da Diáspora (Londres); Embaixadora cultural do Centro Cultural Brasileiro em Londres e membra da Academia Internacional de Literatura Brasileira (NY). Instagram: @escritorasuelilopes e @vozes.da.diaspora


























Por Sueli Lopes colunista Tv Manchetes

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