Por Adriana Strella
Júlia tinha o hábito de reclamar de tudo, por mais que ela tivesse, sempre queria mais, parecia o muro das lamentações!
Se alguém a cumprimentava perguntando se estava tudo bem, lá vinha a Julinha reclamar. Um dia, na véspera de Natal, Júlia preparou uma linda mesa para ninguém botar defeito, mesmo tendo feito uma variedade de pratos, não estava satisfeita. Ela queria fazer um doce e não havia encontrado um ingrediente, mas, já tinha feito três tipos de sobremesa: sorvete, salada de frutas e uma torta de bombom.
Júlia não olhou para o que tinha feito, mas apenas para aquele doce que ela queria fazer, o esposo não aguentava mais a falação da mulher, enquanto ela estava nos preparativos finais para a ceia, ele foi para a varanda fumar seu cachimbo, de repente, um homem bate palmas lhe chamando no portão.
Havia em um canto da varanda, umas caixas empilhadas com batata-doce, o esposo de Júlia trabalhava para uma empresa que exportava batata. O homem humildemente perguntou se ele poderia lhe dá algumas batatas, e explicou que a sua esposa havia dado á luz, mas não tinha leite suficiente para o filho, ela não estava se alimentando porque não tinha o que comer.
O senhor não poderia ter vindo em momento melhor, respondeu ele já indo abrir o portão. Aquele senhor chegou quando a mesa estava farta e sua esposa reclamando, foi a melhor coisa que poderia acontecer. O esposo de Júlia pediu que ele esperasse na varanda, e foi até a cozinha falar com ela. Pediu com voz firme que ela pegasse uma vasilha, e colocasse comida para duas pessoas, que enchesse de forma que elas comessem e ficassem satisfeitas.
Júlia, não entendeu, mas fez o que o esposo pediu, quando chegou na varanda, perguntou ao esposo para quem era aquela comida, e o homem, antes que o esposo respondesse, falou: Minha senhora, minha esposa deu á luz ontem, e meu filho está com fome porque sem se alimentar minha mulher não tem leite suficiente, estamos com fome, quando eu estava passando em sua porta, vi estas caixas de batatas e pedi algumas para a nossa ceia de Natal.
Júlia parou, ficou com os olhos lacrimejando, ela pediu que ele esperasse mais um pouco, voltou a cozinha, fez um prato de comida, e trouxe uma caixa de leite, quando voltou disse ao homem que ele poderia comer ali, e levar a comida e também as batatas. Quando o homem foi embora, o esposo disse a ela, devemos agradecer pelo que temos, Deus enviou esse homem aqui hoje para você parar de reclamar.
Ela sabia perfeitamente que o esposo estava certo, e naquele momento foi para o seu quarto, se ajoelhou e fez uma oração de agradecimento pela sua mesa farta, e por aquele homem ter aparecido em sua porta.
@adrianastrellaoficial
Biografia Atualizada
Adriana Strella é autora, escritora, colunista internacional. Premiada no Palácio do Parlamento Britânico em Londres como melhor escritora do Brasil no Mundo. Registra suas experiências de vida e conhecimento em livros e revistas. Dra. em Psicanálise, recebeu o Título de Comendadora Sigmund Freud. Dra em Saúde Mental e Resiliência. Terapeuta Holista, Ativista Quântica formada pelo físico indiano Amit Goswami. Coach na categoria Self e Life, Coautora do livro Mentoring Coaching e Advice Humanizado ISOR.