Pedidos por determinação e vontade dos líderes marcam abertura da Assembleia Geral

 


Início da semana de Alto Nível é marcado por apelos por reformas do multilateralismo para impedir “grande fratura” entre os países; secretário-geral da ONU e presidente da Assembleia Geral destacam em seus discursos que a capacidade e os meios para resolver desafios estão disponíveis, mas falta ação.  

Diversos líderes mundiais se reúnem nesta terça-feira, em Nova Iorque, para o início dos debates de alto nível da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas. 

Na abertura da sessão, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que o “o mundo precisa de estadistas e não de jogos ou impasses”. Ele lembrou que a determinação está no DNA das Nações Unidas e é uma palavra bastante presente na Carta da ONU. 

A determinação é a chave

O secretário-geral afirmou que “temos todas as ferramentas e recursos para resolver desafios comuns, o que precisamos é de determinação.” 

Ele mencionou a transição de um mundo bipolar na Guerra Fria, para o mundo unipolar por um curto período, que agora dá lugar a um mundo multipolar. 

Segundo Guterres, essa nova realidade “requer instituições multilaterais fortes e efetivas.”

Entretanto, “a governança global está parada no tempo”, disse o chefe da ONU. 

Ele complementou dizendo que “o mundo mudou, mas as instituições não mudaram” e que com isso elas podem se tornar parte do problema ao invés de resolvê-los. 

Guterres afirmou que o mundo se aproxima de uma “grande fratura”, que pode gerar sistemas financeiros e comerciais fragmentados e colocar a internet, as estratégias tecnológicas e de segurança em contraposição. 

O líder da ONU afirmou ser fundamental usar a determinação para curar divisões e forjar a paz, defender a dignidade e o valor de cada pessoa, concretizar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e reformar o multilateralismo para o bem comum.

Prosperidade coletiva

Na sequência, o presidente da 78ª sessão da Assembleia Geral, Dennis Francis, disse que, este ano, o imperativo é unir as nações “na convicção de um propósito comum e na solidariedade da ação conjunta.”

Ao se referir aos impactos globais da guerra na Ucrânia, Francis afirmou que é preciso lembrar que “a paz é um investimento na nossa prosperidade coletiva”. 

Ele enfatizou que guerras, mudança climática, dívida, crises alimentares e energéticas, pobreza e fome estão afetando o bem-estar de bilhões de pessoas. 

Vontade de agir

O presidente da Assembleia Geral pediu aos Estados-membros que usem a semana de Alto Nível não para “ventilar as chamas do conflito e da violência, mas para optar pelo diálogo e pela diplomacia.”

Ele afirmou que a não falta capacidade de resolver os problemas, “o que falta é a vontade de agir.”

Os discursos do secretário-geral e do presidente da Assembleia Geral são seguidos pelos dos chefes de Estado. Dos países lusófonos, Brasil, Portugal e Moçambique discursam nesta terça-feira. 

Fonte: ONU

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