Em março de 2022, logo após o início da invasão na Ucrânia, a União Europeia impôs sanções contra Alexei Kuzmitchev pelos seus laços 'bem estabelecidos' com o presidente russo
O bilionário russo Alexei Kuzmitchev, considerado pelas autoridades europeias como "uma das pessoas mais influentes da Rússia", foi detido para interrogatório na segunda-feira, 30, na França, em uma investigação de fraude fiscal, lavagem de dinheiro e de violações de sanções internacionais. As informações são do jornal francês Le Monde.
Segundo a Procuradoria Nacional das Finanças, a mansão do oligarca em Paris e seu imóvel em Saint-Tropez foram revistados. Mais de 60 autoridades foram mobilizadas para as buscas em suas propriedades. De acordo com o Le Monde, foram descobertos maços de dinheiro no local. Kuzmitchev é coacionista do consórcio Alfa Group, proprietário do Alfa Bank. Ele estava detido na terça-feira, 31, mas ainda não havia sido acusado.
A União Europeia impôs sanções ao bilionário em março de 2022, pouco depois do início da guerra na Ucrânia, afirmando que Kuzmitchev tinha ligações "bem estabelecidas" com o presidente russo, Vladimir Putin. Na época, a UE impôs restrições a indivíduos considerados potenciais ameaças à integridade da Ucrânia.
Assim que o oligarca foi incluído na lista de sanções europeias, em 15 de março de 2022, os seus dois iates, o Petite Ourse e o Petite Ourse II , atracados em Antibes e Cannes, foram apreendidos pela alfândega.
A investigação está relacionada a suspeitas de fraude fiscal, bem como de outros crimes, "incluindo violações de sanções" , indicou a Procuradoria. Este é o terceiro procedimento legal aberto pelo órgão francês contra oligarcas após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
De acordo com o The Guardian, o Kremlin disse na terça-feira que a Rússia seria capaz de defender os direitos de Kuzmichev assim que a França liberasse mais informações sobre o caso. "Pelo que entendi, ele é cidadão da Federação Russa, portanto deveríamos receber informações sobre a detenção através de nossa missão diplomática", disse o porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, aos repórteres, segundo o Guardian. "Assim que recebermos a informação, e se o detido assim o desejar, iremos, naturalmente, ajudar a proteger os seus direitos como cidadão russo."
Fonte: O Dia online