Presidente do conselho de administração do banco espanhol estima que o país crescerá 3% em 2023
A América Latina supera o restante do mundo em desempenho, e o Brasil está à beira de entrar em um ciclo virtuoso que não se via há anos. Essa perspectiva otimista para a região e o país foi compartilhada por Ana Botín, a presidente do conselho do Grupo Santander.
Segundo Ana, “No Brasil, a redução dos custos da dívida interna está prestes a contribuir para a saúde das finanças públicas. Poderíamos testemunhar o Brasil ingressar em um ciclo virtuoso com características não observadas em anos: uma moeda estável, taxas de juros em baixa e espaço fiscal para simplificar o sistema tributário e estimular investimentos.” Ela comunicou essas ideias durante um encontro com jornalistas da América Latina.
Ana também enfatizou que o Banco Central brasileiro foi um dos primeiros a elevar as taxas de juros e já deu início ao processo de redução, o que pode beneficiar as contas públicas.
Quando questionada pela EXAME sobre a possibilidade de o ciclo de redução ser interrompido devido à indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de abandonar a meta de eliminar o déficit em 2024, Ana demonstrou otimismo novamente. Ela afirmou: “O Brasil está projetado para crescer 3%. O mais importante é que retomemos o crescimento. Se conseguirmos aumentar as receitas, as contas fiscais se equilibrarão. O Brasil possui instituições robustas, não apenas o Banco Central, mas também mecanismos políticos, com vários ‘checks and balances’, como o Congresso. É um país que frequentemente alcança consensos.”
Ana também destacou que o Brasil mantém a inflação sob controle, possui uma matriz energética limpa que é considerada uma vantagem competitiva e implementou reformas digitais, como o Pix, que têm o potencial de impulsionar a produtividade. Ela concluiu afirmando: “Nossa perspectiva em relação ao Brasil é muito positiva.”
Fonte: Exame