O Flamengo, que virou um time mais consistente e criativo sob o comando de Filipe Luís nos últimos jogos de 2024, começa 2025 mostrando que a evolução ainda está longe de bater no teto. Após ter a sua primeira pré-temporada com o elenco, o técnico conseguiu incrementar a equipe com uma alta rotação ofensiva, de velocidade e trocas de movimentação, como ficou claro na vitória por 2 a 0 sobre o Volta Redonda, na estreia oficial dos titulares no ano.
Da escalação no amistoso contra o São Paulo nos Estados Unidos, as novidades foram Léo Pereira de volta no lugar do garoto Carbone, após ter sido desfalque por um problema pessoal; Michael na vaga do Matheus Gonçalves e Plata na do Alcaraz, ambos por opção. Ao lado de Bruno Henrique e Gerson, os atacantes formaram um quarteto ofensivo que não guardava posição e se movimentava de forma constante.
Reparem na imagem abaixo do início do jogo: Gerson é quem ataca pela direita; Michael está do lado oposto; Bruno Henrique, centralizado, e Plata flutuando em suas costas.
Agora olhem no recorte abaixo do final do primeiro tempo, segundos antes de sair o primeiro gol: Gerson e Michael é que estão pelo meio; Bruno Henrique está lá na esquerda ao lado de Alex Sandro, enquanto Plata sai da direita e se infiltra pelo meio fazendo o facão.
Essa peça de flutuação por trás do centroavante é fundamental no esquema de jogo de Filipe Luís, e a troca constante de diferentes jogadores fazendo a função confunde o adversário. Quando o Volta Redonda achava que conseguia encaixar a marcação, o Flamengo passava por nova "mutação".
Na volta do intervalo, Arrascaeta entrou para ser esse cara, com Gerson recuando para volante no lugar do substituído De la Cruz. Com as trocas dos laterais, o time passou a jogar com Plata bem aberto na direita e Michael na esquerda, e com Varela e Ayrton Lucas (recorte abaixo) atacando por dentro.
Na reta final, com Allan substituindo Michael, Gerson voltou a ser um meia pela direita, Plata inverteu e foi para a esquerda, e Arrascaeta fazia a flutuação nas costas do estreante Juninho. Filipe Luís aplaudia bastante a cada movimentação que ele pedia e via os jogadores executarem.
O domínio do jogo foi tanto que o Flamengo em nenhum momento chegou a ter menos que 70% de posse de bola (terminou com 75%) e trocou quatro vezes mais passes do que o Volta Redonda: foram 738 contra 177 (destaque para Pulgar, líder no quesito com 91, seguido pelos zagueiros construtores Léo Ortiz e Léo Pereira, com 84 e 82 respectivamente).
Scout - Volta Redonda x Flamengo
Quesito Voltaço Flamengo
Posse de bola 25% 75%
FInalizações (no alvo) 3 (2) 22 (3)
Chances de gol 0 9
Passes (precisão) 177 (61%) 738 (88%)
Desarmes 15 15
Escanteios 1 10
Faltas 13 14
Impedimentos 1 2
Fonte: ge
O placar "magro" não traduz o que foi a partida: o Flamengo teve ao todo 22 finalizações e nove chances de gol (sem contar a cobrança de falta de De la Cruz na trave por ter sido uma finalização de longe e fora do alvo), contra nenhuma do Volta Redonda.