Em meus artigos, sempre falo bastante sobre a importância de humanizar seus textos persuasivos. Pois bem, toco tanto no assunto não por achar que faça diferença nos resultados. Tenho certeza que faz.
O foco da copy é persuadir. Persuasão nada mais é do que uma estratégia comunicativa usada para levar alguém a realizar uma ação. Você acredita que é simples fazer alguém aceitar um argumento, considerar uma opinião, tomar uma decisão, realizar uma ação? Não penso que seja tão fácil assim.
Na verdade, é muito desafiador, principalmente quando a pessoa mal te conhece ou nunca te viu na vida. O caminho para simplificar esse processo é humanizar. Se a pessoa nunca te viu, agora tem que te ver e se interessar pelo que tem a dizer. Se ela não te conhece, tem que passar a conhecer e se relacionar. Se, para ela, você é só um estranho, você tem que se aproximar e fazê-la confiar.
A humanização da copy não se baseia somente no uso de gatilhos mentais como reciprocidade, pertencimento, autoridade ou exclusividade. É necessário usar recursos emocionais, linguísticos, simbólicos, sensoriais e sociais para gerar essa aproximação.
Não importa qual é a ação que você pretende gerar (clique, cadastro, consideração, reflexão ou compra). O importante é que essa ação seja consequência de tudo que vem antes: atração, interesse, relacionamento, conexão, confiança, valorização, desejo, senso de necessidade, etc..
Quer vender? Quer aumentar sua base de leads? Quer ser indicado? Pinte cenas com as palavras, a ponto do leitor se imaginar em outra realidade. Descreva cores, sabores, texturas, aromas. Dê vida aos seus argumentos, use metáforas, conte histórias, crie exemplos.
Entenda que para levar quem está do outro lado a uma atitude, é importante conduzi-lo por um caminho que você conhece bem, mas ele ainda não. Esse caminho é marcado por experiências, emoções e sensações. São justamente esses traços tão humanos que farão sua copy se diferenciar de outra qualquer. Digo mais: farão com que ela venda melhor.
Cinco Princípios da Humanização nos Textos
Que tal aplicar os princípios da humanização nos textos? Quer descobrir como transformar o que você escreve numa conversa deliciosa? As cinco dicas abaixo são para você.
1️⃣ Saiba com quem você vai falar. Adequar a mensagem, linguagem e abordagem ao público não é falta de autenticidade. É inteligência! Um dos princípios da boa conversa é falar e ser comprendido, portanto, conhecer o receptor da mensagem e fazer a devida adequação é essencial para facilitar a compreensão.
2️⃣ Não tente impressionar com palavras diferentes e termos técnicos. Você usa vocabulário rebuscado com amigos? É formal demais com sua família? A menos que se trate de um texto acadêmico ou científico, apostar na simplicidade e tornar a mensagem acessível é o melhor caminho.
3️⃣ Traga a oralidade pro texto. Não rasgue a gramática, mas também não seja prisioneiro da norma culta, pois a língua tida como padrão pode criar distanciamento. Neologismos, gírias, sotaques e contrações coloquias são bem-vindos, desde que façam sentido para você e para o receptor da mensagem.
4️⃣ Conte histórias. Pessoas se interessam por narrativas que ativam curiosidade e humanizam a conversa. Além de inspirar, histórias geram identificação, despertam a imaginação e engajamento. Elas são lembradas com maior facilidade do que informações aleatórias e ainda têm o poder de fazer o outro parar pra escutar.
5️⃣ Fale a verdade, exceto nos textos ficcionais, é claro! O papo só vai fluir se o interlecutor sentir que pode confiar. Discurso falso faz a intuição apitar. Por mais eloquente que o mensageiro seja, é nesse momento que o instinto de proteção vai falar mais alto.
Dez Atitudes para Humanizar suas Copies
Assim como existem falas empáticas, existem textos acolhedores. Você quer se aproximar do leitor, gerar conexão imediata, identificação profunda e afeição? As 10 atitudes que vou revelar agora podem te ajudar a humanizar a mensagem e escrever copy que abraça e acolhe desde o primeiro contato:
1️⃣ Não julgue, não acuse e não critique os erros passados do leitor. Procure entender as razões que o levaram a fazer ou deixar de fazer aquilo. Diga claramente que o compreende.
2️⃣ Não dê ordens. Oriente e aconselhe de forma amigável e respeitosa, mas lembre-se de que o controle sobre a decisão deve estar o tempo inteiro com ele.
3️⃣ Não minta. Como você quer que alguém confie em você e te deixe se aproximar se não consegue, sequer, conquistá-lo com a verdade?
4️⃣ Mostre que se importa com as dores e dificuldades de quem está do outro lado. Reforce sua disponibilidade e intenção genuína de ajudar.
5️⃣Conte situações parecidas que terminaram bem e explique o que foi necessário para o desfecho feliz.
6️⃣ Fale para o leitor que ele não está sozinho e que pode contar com você. Comprometa-se!
7️⃣ Faça-o se sentir melhor do que antes. Ainda que decida não comprar ao fim do texto, que ao menos sinta mais esperança, tenha aprendido algo e descoberto que o problema tem solução.
8️⃣ Saiba com quem você está falando. Especificidade é poder! Se você não conhecer a persona, não será acolhedor, muito menos assertivo.
9️⃣ Pratique a comunicação empática. Não é possível sentir exatamente a dor alheia, mas você pode tentar se colocar no lugar do outro e agir como gostaria que agissem com você.
🔟 Escreva como se fosse uma conversa gostosa. Use linguagem acessível e evite formalidade em excesso.
Simplifique!
Vale refletir: a gente tende a partir do pressuposto de que todo mundo sabe o que a gente sabe, de que todo mundo domina o que a gente domina. Com isso, deixamos de ser simples e acessíveis, não reconhecemos a importância de falar o básico, complicamos a comunicação. E ao complicar a forma como nos comunicamos, geramos distanciamento, confusão e resistência.
Como alguém vai fazer o que você sugere, orienta e deseja, se esse alguém nem mesmo entende você?
Reflita sobre isso, pois simplificar a mensagem faz toda diferença nos resultados. Quero fazer um convite a você hoje...Topa descomplicar a sua comunicação e torná-la mais acessível a partir de agora? Vamos juntos!
Sueli Lopes é autora, escritora de obras solo em português e inglês, cronista, antologista e colunista internacional. É CEO do Grupo Internacional de Escritores Vozes da Diáspora (Londres), Drª em Literatura e Chanceler da Embaixada Cultural da Paz em Londres pela Febacla.